segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Liberdade, Poder, Responsabilidade...

Hoje, como quase todos os dias, cá vim eu ao nosso blogue. Passo os olhos pelos textos, já como objectos exteriores a mim. Já nasceram, já não são só meus. São nossos e só assim faz sentido existirem. Constato que ultimamente tenho falado muito sobre nós, os graúdos. Não é por acaso - nada é, não é verdade? Mas, neste caso, não é por acaso porque ando numa fase em que tenho pensado muito em mim, enquanto graúda. Ora isso salta naturalmente cá para fora.
Falei-vos, no último texto, no Desafio de nos conhecermos a nós mesmos, no que gostamos, no que queremos, nos sonhos que temos. Eu acredito muito na eficácia deste constante conhecimento de nós, acho que só assim é que conseguimos ser felizes o mais longo período de tempo possível. Chegamos ao “sempre”? Talvez, eu ainda não cheguei lá, ainda estou a percorrer o caminho!
Mas o que hoje quero partilhar convosco é o que acredito ser a nossa máxima Liberdade e, ao mesmo tempo, Poder e Responsabilidade.
Vou falando disto recorrentemente, porque é na fase que me sinto estar e na qual me tem sido tão importante reflectir.
Liberdade de estarmos connosco, com os outros e com a Vida da forma que quisermos;
Poder para escolhermos os nossos comportamentos e a forma como pensamos;
Responsabilidade pela forma como usamos, ou não usamos, a nossa Liberdade e Poder.
É fácil e rápido pensarmos que não temos nenhuma das 3. Tudo pode ser colocado fora de nós: o tempo; a situação do país; a nossa entidade empregadora; X ou Y que nos irritou logo pela manhã; a infância; a adolescência …
Mesmo com todos os cenários mais negros reunidos, tenho a profunda convicção de que continuamos a ter a nossa Liberdade, o nosso Poder e a nossa Responsabilidade. Em quê? Em tudo, mesmo. Nas coisas mais pequeninas, mas que é o que constrói as coisas grandes. O que se passa em mim, na minha cabeça, no meu coração, diz respeito a quem? “A X ou Y que me magoou”. Ok, mesmo que tenha magoado, já aconteceu, já foi lá atrás no tempo. E agora, neste momento, o que é que eu Escolho fazer? Continuar a “matutar” nesse e noutros acontecimentos, ou tentar apreciar o efeito da chuva? Os raio de sol que entretanto aparecem e nos sabem tão bem, mesmo sem darmos conta? A diversidade de cores na natureza que o Outono traz? A facilidade com que as crianças se divertem, quer chova quer faça sol? A cama quentinha que me acolhe todas as noites, e protege e reconforta?
Este é um Desafio constante para mim, um dos Desafios de que vos falei no último texto. Vou aprendendo, a cada dia, a fazer. Mas vou tentando, não paro de o fazer.
Ocorre-me que se possam questionar se tudo me corre exactamente como eu desejo. Não, não corre. Tenho tido imensos desafios, e leia-se (neste caso) desafios como situações que me são difíceis e que eu tento Viver, desta forma que tenho partilhado convosco e que escolho ser a Minha forma de Viver. Quando tudo corre exactamente como eu desejo; quando tenho situações confortáveis e conhecidas, pôr estas coisas em prática é relativamente fácil. Tudo flui, mesmo. O Desafio é manter estas crenças e valores (que acredito que com o tempo passam a ser constantes e naturais formas de estar e sentir) quando as coisas “apertam”. Esse é um dos Desafios. Tem sido o meu, nalgumas ocasiões.
Vejam se vos faz sentido: há coisas que não são exactamente como eu gostava; ok. Posso fazer alguma coisa para mudar isso? Não, penso, penso, e nada me ocorre. Então ok, deixo estar, peço aos meus Anjos e Deuses (cada um pedirá a quem ou ao que quiser) que me iluminem o caminho. E vou continuando, a ver as tais coisas bonitas, a agradecer o que identifico como fantástico na minha vida: tenho saúde, as pessoas que me rodeiam também, tenho-lhes amor, recebo delas amor, tenho uma casa que me abriga, me acolhe, tenho a possibilidade de tomar um banho quente todos os dias, de comer, … Isto não é um discurso de “já estou satisfeita, não quero mais nada”. Não, quero mais coisas, sim, há muitos sonhos que quero realizar. Mas isso não significa que não dê o valor que estas coisas merecem! Caramba, são mesmo tão importantes! Sem elas, nada daquilo que nos preocupa hoje faria sentido, porque essas coisas nos absorveriam na totalidade! Para além das coisas de que falei, há coisa melhor do que os beijos e abraços dos nossos filhos? Ou das crianças que nos rodeiam e são o exemplo concreto de que tudo é tão simples? Ou de alguém que amamos, e que nos ama da mesma forma?
Não há, acredito mesmo nisto.
Se vivermos ao nosso ritmo, e nos respeitarmos sempre, e acreditarmos em nós, e nos outros, e na vida, as coisas vão ao seu lugar, todas as coisas! Porque o movimento natural da Vida é o equilíbrio, é o bem-estar. E nós sabemos disso, sabemos, cá dentro! Só precisamos de, volta e meia, ir ao nosso baú recordar estas velhas e intrínsecas sabedorias! E acreditar que elas são verdadeiras! Sempre!
Porque são mesmo.

Joana Pires


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