Nós, os graúdos!
A maioria dos meus textos tem sido sobre as crianças. Hoje quero falar de nós, os graúdos.
Hoje em dia, em qualquer encontro de pessoas, tenham os laços que tiverem entre si, acontece sempre alguém puxar o assunto da má situação económica que se vive, a tal “crise”, das dificuldades, do estado miserável do País, do Sócrates… E sei lá eu mais o quê, porque ao primeiro segundo de se começar essa conversa, eu desligo, já é automático. Porque é que desligo? Porque não me faz sentido, porque faço a escolha consciente de não ser parte desse jorrar de críticas, no exercício do meu mais alto poder enquanto o Ser: o da Liberdade de Escolha! Se há coisas criticáveis? Há. Se existem coisas com as quais não concordo, que me incomodam? Há. Se escolho falar delas, no vazio acto de simplesmente falar? Não. E não, porque sinto desconforto; sinto que estamos apenas numa atitude de crítica e, de certa forma, no justificarmos a nossa insatisfação e infelicidade internas na “má” situação externa. Isto não significa, de todo, que me recuse a partilhar, ou falar, ou estar, em momentos de dor.
O sofrimento existe, há situações difíceis e dolorosas para todos nós, em fases diferentes da vida. Todos sabemos como ele nos aperta e nos entorpece os sentidos. Sobre isso claro que temos de falar, e aí eu participo activamente. Mas porque estamos a falar de uma coisa concreta, que sentimos dentro de nós, que às vezes é tão grande que quase nos espanta como é que os outros não a conseguem logo ver!
O que me refiro é à crítica pela crítica. Percebem? Se eu falo nas dificuldades que eu tenho em pagar as minhas contas, e no pouco dinheiro que tenho para ir a sítios que me dão prazer, e comprar aquilo que eu gostava tanto, é uma coisa; se eu falo nos incompetentes que gerem o país, e nos não-sei-quê que enganam, e fazem, e acontecem, estou simplesmente a criticar – mesmo que, na maioria das vezes, essa crítica seja reflexo de um mal-estar interno da pessoa que está a criticar.
Já temos tantos desafios, graúdos que me lêem, tantos! Utilizemos o nosso tempo, seja de conversas, seja de partilhas, seja de pensamentos, com palavras, conteúdos ricos, produtivos, ternos! Falemos de nós, das nossas qualidades, dos nossos sonhos, das nossas dificuldades e preocupações; aproveitemos o amor dos outros, a sua presença, a sua atenção, para acrescentarmos uma lufada de ar fresco ao nosso Universo! Temos esse poder! Cada vez que falamos, as palavras saem de nós, ganham vida, ganham som. Já estamos a produzir algo de novo, nunca antes produzido daquela forma, naquele sítio, com aquele conteúdo! Bolas, isto é tão poderoso!
Já viram que apenas cada um de nós está com determinadas pessoas, aquelas horas, naqueles sítios? Nós somos os profissionais escolhidos para aquela função, que é só nossa; nós somos as únicas mães, os únicos pais, tios, tias, avós, daquelas crianças concretas; somos os únicos vizinhos a morar naquela casa, a nossa; temos um rosto que é só nosso; temos uma voz que é só nossa;…
E temos a capacidade de escolher a nossa forma de Ser, de Estar, de Existir! Com as crianças, com as nossas, com as dos outros; com os adultos, com os que nos são próximos, com os que não temos nenhum laço; com os animais, os nossos, os dos outros, os de ninguém; com a nossa Vida, em todas as suas vertentes!
Digo-vos com toda a sinceridade que, quando me apercebo disto, nestes momentos como este, chego a arrepiar-me! Porque nós somos Grandes, somos Únicos, e podemos fazer toda a diferença! Podemos mesmo! Podemos decidir agarrar em nós e decidirmos sermos compinchas da Vida, aproveitar as coisas fantásticas que ela tem; sermos compinchas dos semelhantes que vivem ao nosso redor; não nos cansarmos de dizermos “Amo-Te” aos mais próximos, não nos cansarmos de respeitarmos e sorrirmos aos mais distantes.
Mas sobretudo… Elogiarmo-nos, Amarmo-nos, a nós, Graúdos! Porque somos fantásticos, capazes de criar coisas fantásticas! Sinto isto com tanta veracidade…. Mesmo! Somos mulheres, mães, homens, pais, profissionais, estudantes, filhos, filhas, tios, tias, avôs, avós, amigas, amigos, cidadãos,… E fazemo-lo tão bem, mesmo! Não é sempre, mas é a maioria das vezes! Gerimos tudo, conseguimos desempenhar o nosso papel em tudo, mesmo que uns papéis melhor do que outros. Mas conseguimos!
No que me diz respeito a mim, é este o caminho, a Existência, que me faz sentido, que quero para mim. Não é fácil, mas também não é difícil. É preciso Paciência, persistência e perseverança! Às vezes dá preguiça, dá vontade de mandar tudo às couves. E mando, de vez em quando. Mas o que acontece é que acabo e começo os dias muito mais chateada, e infeliz, e vazia. Não compensa.
Por isso escolho. E começa logo ao acordar, com os pensamentos do que quero para o meu dia; com o olhar-me ao espelho e dar-me um sorrio cheio de incentivo e amor; do dizer um “Bom dia!” ao meu filho, e logo a seguir um “Gosto tanto de ti!”. São coisas simples, ditas pequenas, mas fazem tanta diferença! A mim têm feito, por isso é que as partilho convosco!
Bem-Hajam! E dêem-se um mimo! Um dos maiores é olharem-se ao espelho e agradecerem-se os Seres Fabulosos que são, a enorme quantidade de coisas fantásticas que fazem! Mas se não for este, dêem-se outro qualquer! Mas dêem, e Hoje!
P.S.- Aprendi isto e muitas outras coisas com a Louise L. Hay, sobretudo no livro “Pode Curar a sua Vida”. Para mim fez uma grande diferença na minha forma de Viver e Existir! Sou muito mais feliz Agora, de facto! Espreitem, se sentirem essa vontade.
Joana PiresTodos os direitos reservados. Todos os textos e fotografias são nossa propriedade não podendo por isso ser reproduzidos total ou parcialmente nem utilizados para qualquer fim sem a nossa autorização.
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