sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Regresso à rotina...


Foi já no mês passado que se deu início ao arrancar de mais um ano. Isto soará estranho a alguns, mas para outros será familiar: arranca o ano quando arrancam as escolas - professores, técnicos, colaboradores, alunos, mas também pais e filhos.
Todos os inícios de coisas, sejam novas ou conhecidas, nos trazem um aperto no estômago (umas vezes maior, outras vezes mais pequeno). As coisas novas (relativamente às já conhecidas) tendem a aumentar o aperto, porque temos de recorrer a todos os nossos sentidos: abrir bem os olhos para vermos bem os novos sítios; aumentar as orelhas para captarmos toda a informação que nos é dada; mexermos o nosso corpo de forma adequada ao contexto e às pessoas com quem estamos (que ainda estamos a conhecer). Fazemos tudo isto e tantas outras coisas, sem nos apercebermos.
E isto pode criar cansaço e desgaste, sem percebermos exactamente porque é que no fim do dia estamos cansados, ou aflitos, ou rabujentos, ou tristes.
Com as crianças passa-se exactamente a mesma coisa. Com uma enorme diferença… É que elas são crianças! E se por vezes a sua capacidade de adaptação é quase camaleónica, outras vezes a exigência de tudo o que têm de absorver é gigantesca: uma nova rotina de acordar, o trânsito que apanham logo pela manhã, o stress dos pais, os colegas novos, os professores, as actividades escolares, o espaço exterior, as novas funcionárias… A lista é enorme! E fica a faltar uma coisa importantíssima: elas próprias! O seu ritmo constante de crescimento, os seus sonhos, os seus desejos, as suas vontades, as suas tristezas, que no meio desta aceleração quotidiana são deixadas para depois, tendo esse depois lugar em… lugar nenhum.
O ritmo das crianças é fundamental. Mas o nosso também!
Interiorizemos que aquilo que nos faz únicos, especiais e fundamentais para a Humanidade são precisamente os nossos desejos, os nossos sonhos, as nossas vontades. É isso que nos faz vibrar, sentir borboletas na Alma, sejamos crianças ou adultos! E quando vibramos por dentro e conseguimos pôr esses sonhos cá para fora, essa vibração vem cá para fora também!
E é isso que acredito ser o nosso propósito, partilharmos com o mundo a nossa alegre vibração, única e estritamente nossa!
Como é que se faz a ponte entre este nosso quotidiano e estes sonhos especiais que todos temos?.. Fica para outra altura!
Joana Pires

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