terça-feira, 19 de outubro de 2010

Um bocadinho a propósito da ponte com o nosso quotidiano…

Um bocadinho a propósito da ponte com o nosso quotidiano…
Hoje dei-me conta (como tenho a sorte de me dar muitas/algumas vezes) de que são, de facto, as pequenas coisas que podem fazer a diferença no nosso dia, mesmo naqueles em que temos uma série de coisas para fazer, com algumas pessoas por quem não temos especial simpatia, e fazer aquelas coisas que nem sequer nos apetece muito.
Hoje tive um dia assim.
Quando acordei, pelas 7:00 (ainda o sol não tinha dado os bons dias), pensei que tinha duas opções: ou levantar-me chateada porque era cedo, e tinha um dia pela frente que poderia ser chato; ou fazer o exercício de ir tocando o dia, ao seu ritmo, com olhos curiosos.
Se consigo fazer isto todos os dias, a tal decisão inicial? Não. Mas há vezes, que com a prática vão aumentando, que consigo.
Nos dias em que o bem-estar é mais natural e espontâneo em mim, não sinto a necessidade deste exercício. Mas nestes dias, em que acorda connosco, bem ao nosso lado, a contrariedade, é-me necessário fazê-lo. E então acabo por ter um dia “felizmente tonto”, porque me convido constantemente a olhar para o lado positivo.
Mas vou passar a exemplos concretos: acordei cedo (para mim, 7 da manhã é cedo!), ensonada, sem as boas-vindas do sol! É chato. É. Qual foi a enorme vantagem? Tive um começo de dia sereno, sem correrias, e cheguei às horas a que me tinha proposto, a todos os lugares!
Escolhi um sítio para almoçar, com rapidez, por compromissos marcados. Não gosto de almoçar fora “à força”, ainda por cima sozinha, chateia-me. Qual a grande vantagem de hoje? Encontrei-me com umas beringelas recheadas com queijo e tomate, deliciosas! Dei-me espaço para o prazer de conhecer um sabor novo, ainda que num sítio pouco agradável. Vantagem do sítio? Tive lugar para me sentar.
Lá cheguei depois do almoço onde era suposto, apetecia-me imenso um café. Dei o cartão: “Tem de o carregar, mas a papelaria está fechada”, disseram-me. “Porra!”, enche-me logo o espírito esta palavra, que não se libertou pela minha voz! Olhei para o lado, estava uma senhora, olhou para mim: “Quer que pague do meu cartão?”. Bendita senhora, estava-me mesmo a apetecer um café! “Muito obrigada, agradeço-lhe muito!”, disse eu com sincera gratidão.
Ora, podia pensar que tinha sido tudo mais fácil se me tivessem avisado logo que tinha de carregar o cartão. Mas, sinceramente, não trocava a sorte de me ter deparado com a simpatia desta senhora pela agilidade da situação. A sério! Daí ter pensado que muitas vezes estas pequenas intempéries (minúsculas! mesmo para mim que gosto muito de café depois do almoço!) nos trazem episódios bonitos. Podia ter ficado logo azeda com a senhora que não me avisou do cartão, ía-me embora rancorosa, a vociferar… Enfim.
Mas onde tudo podia ter começado torto foi logo ao sair da cama: não me apetece levantar, está de noite, tenho sono, não me apetece ir,………….. Hoje fui capaz de escolher e exercitar pensar e sentir de outra forma!
E garanto-vos que valeu a pena! Vou-me deitar a sentir que tive um dia francamente bom e bonito! Porquê? Por outros tantos episódios que consegui sentir, aproveitar, disponibilizar-me a vê-los!
Como é que te sentes hoje, leitor que me lê? A aproveitar ou vociferar?
Joana Pires

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