sexta-feira, 29 de abril de 2011

Oxalá!!


Oxalá!

São raras as vezes em que uso esta palavra. Para vos ser franca, apenas sei o que significa pela dedução lógica que faço quando ouço alguém a utilizá-la. Não sei de onde vem, qual a sua etimologia, os seus sinónimos (o mais aproximado que consigo descortinar é Queira Deus; mesmo assim, sinto que fica um bocado ao lado da intenção na sua utilização).
Mas esta noite disse um enorme Oxalá para mim mesma. Saiu-me, de mim para mim, no silêncio da noite, no silêncio dos meus pensamentos e dos meus sentidos.
O meu filho acordou, para ir fazer xixi. Eram cerca das 2 da manhã. Acendi uma pequena luz, a mais pequena possível, para me fazer parecer a mim mesma que ainda estava a dormir e que o meu sono não tinha sido interrompido.
Quando chego ao pé dele e lhe pego ao colo, para o tentar proteger do despertar que ir fazer xixi implica, ele aninhou-se ao meu colo, encostou a cabeça ao meu peito, abraçou o meu pescoço com os seus ternos braços, e a palavra Oxalá veio com toda a força! Oxalá eu mantenha a saúde dos meus braços e do meu colo, para estar pronta a receber tamanho Amor, tamanho Aconchego!
Foi assim, cerca das 2 da manhã, com a pureza e estremunhice do sono, tanto minha como a do meu filho.
Ele fez xixi, voltou-se a deitar, tapei-o, dei-lhe um beijo, e voltei-me a deitar, ainda com aquele total entregue abraço, que me aconchegou o caminho de volta ao adormecer.
Quando acordei, ainda com esta palavra a vibrar nos meus sentidos, e ainda com o aconchego do abraço presente no meu colo, outra frase se prostrou diante de mim: Oxalá eu não perca esta capacidade de perceber e apreciar estes enormes Tesouros da minha vida.

Oxalá!

Joana Pires
Fevereiro de 2011







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